Câncer de Próstata

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão pequeno, tem a forma de uma noz e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual.

O câncer de próstata é o tipo de tumor mais comum em homens acima de 50 anos de idade, afetando 1 em cada 6 indivíduos durante a vida. Geralmente a neoplasia cresce lentamente ao longo dos anos sem causar sintomas nas fases iniciais. Sua agressividade é heterogênea, de forma que alguns tipos de tumores podem não necessitar de tratamento específico, sendo destinados à vigilância ativa, enquanto outros devem ser prontamente tratados, devido ao comportamento maligno invasivo.

 Quando precocemente detectado, ainda restrito à glândula prostática, apresenta maior chance de cura, por isso é tão importante a consulta anual com o urologista e a realização de check-ups periódicos, mesmo em pessoas assintomáticas.

QUAIS OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA?

O risco aumenta com a idade, sendo 60% dos tumores em pacientes acima de 65 anos. Em homens mais jovens, quando diagnosticado, o câncer de próstata geralmente tem comportamento mais agressivo. Outros fatores de risco são:

  • Etnia: homens negros, além de terem maior incidência, o tumor tende a ter evolução mais rápida
  • Histórico familiar: o risco é 3x maior quando há antecedente de câncer de próstata em familiar de primeiro grau. A mutação dos genes BRCA1 e BRCA2 aumenta o risco de câncer de mama e de próstata.

QUAIS OS SINTOMAS DO CÂNCER DE PRÓSTATA?

É muito importante ressaltar que o câncer de próstata normalmente não apresenta sintomas em suas fases precoces. Com a progressão da doença não tratada eles podem surgir e serem confundidos com sintomas de outros problemas urológicos, como a hiperplasia prostática benigna e a prostatite:

  • Aumento da frequência urinaria, urgência miccional e necessidade de acordar à noite para urinar
  • Jato urinário fraco e entrecortado
  • Dor ao urinar
  • Dor óssea (casos avançados, com metástase)
  • Emagrecimento

O QUE É O RASTREAMENTO DE CÂNCER DE PRÓSTATA E QUANDO COMEÇAR?

Seu rastreamento é feito através de exame de sangue (PSA) e do toque retal, e deve ser feito a partir dos 45 anos por todos os homens e a partir dos 40 anos para aqueles da raça negra ou que têm história de câncer da próstata na família.

A Associação Europeia de Urologia (EAU) orienta o início do rastreamento aos 50 anos. 

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE PRÓSTATA?

Quando há alguma alteração no rastreamento, é necessária a realização de biópsia da próstata. Se o diagnóstico de câncer for confirmado pela biópsia, deve-se definir qual tratamento será instituído, o que dependerá do estágio da doença e das particularidades de cada paciente.

O PSA é uma enzima produzida pelo tecido prostático exclusivamente e está em circulação no plasma sanguíneo. O aumento do PSA no exame de sangue pode não significar câncer de próstata de maneira direta, pois ele pode variar com o tamanho da próstata (na hiperplasia prostática benigna, por exemplo), com infecções prostáticas (prostatites), uso de sonda vesical de demora, entre outros. A avaliação dos valores do PSA, seja seu valor absoluto em um exame aleatório, seu valor dinâmico em exames seriados ou nos métodos de refinamento do valor com o auxílio da dosagem do PSA livre, devem ser sempre individualizados.

Em muitas situações, a ressonância magnética da próstata é útil na avaliação e identificação de área suspeita de tumor, sendo indicada tanto previamente à biópsia, auxiliando na localização do ponto a ser biopsiado quanto na fase pré-operatória auxiliando o urologista na sua programação cirúrgica. 

A biópsia de próstata visa obter fragmentos prostáticos que serão avaliados em microscópio pelo médico patologista. Esta avaliação microscópica tem a finalidade de confirmar, ou não, o diagnóstico de câncer.

Caso haja diagnóstico do câncer de próstata em uma biópsia, serão avaliados os critérios para indicar o tratamento mais adequado.

QUAIS AS OPÇÕES DE TRATAMENTO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA?

O tratamento da doença localizada é altamente resolutivo e curativo. Mesmo assim, tumores de crescimento lento podem não necessitar de um tratamento específico de imediato e serem seguidos rotineiramente. 

Vigilância Ativa:

A Vigilância Ativa está indicada no câncer de próstata inicial, com baixo índice de agressividade e melhor prognóstico. É considerada uma opção terapêutica não intervencionista. Baseia-se em um acompanhamento bastante cuidadoso com exames de PSA, imagem (ressonância nuclear magnética) e biópsias seriadas, sem necessidade de tratamento cirúrgico. É importante salientar que os critérios de inclusão dos pacientes neste modelo de tratamento não-operatório são estritos e devem ser criteriosamente observados, sempre com o consentimento do paciente.

Prostatectomia Radical: A prostatectomia radical é a retirada cirúrgica da próstata e vesículas seminais, além da retirada dos gânglios linfáticos regionais, quando indicado. Tanto a cirurgia aberta quanto a cirurgia videolaparoscópica ou robótica apresentam resultados de sucesso de ressecção total do tumor, continência urinária e disfunção erétil similares, e dependem majoritariamente da habilidade do cirurgião, do volume de tumor e grau de acometimento da glândula.

Radioterapia: o conceito de radioterapia é baseado na destruição do tumor por meio da emissão de radiação ionizante direcionada ao local acometido e aos tecidos ao redor. O tratamento envolve de 30 a 40 sessões. Nem todos os pacientes podem ser submetidos à radioterapia, aqueles com dificuldades miccionais devido ao aumento do tamanho prostático, por exemplo, podem piorar seus sintomas com este tratamento. 

Terapia sistêmica ou hormonal: recomendada quando o tumor ultrapassou os limites da próstata e acometeu órgãos vizinhos ou à distância (metástases). Pode ser feita com quimioterapia, bloqueio hormonal da testosterona ou imunoterapia.

QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS DO TRATAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA?

Ambas as formas de tratamento Radioterapia ou Prostatectomia Radical podem levar a incontinência urinária ou impotência sexual. Os riscos são comparáveis entre os métodos. Contudo, na Prostatectomia Radical os sintomas são mais importantes logo após a cirurgia e tendem a melhorar ao longo do tempo, enquanto que na radioterapia os sintomas vão gradualmente piorando. É importante ressaltar que, em mãos experientes e com a escolha da técnica adequada, o risco de incontinência ou disfunção erétil é bastante minimizado.

Se você apresenta algum desses sintomas, procure um Urologista. Estamos à disposição para ajudá-lo.

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